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Assassins Chronicle - Chapter 300

Capítulo 300: Profecia

"A hora chega tarde, mas você ainda está acordado, Anfey", disse Saul em voz baixa.
"Mestre, você voltou", disse Anfey, virando-se para encarar Saul. Ele precisava do silêncio do jardim para ajudá-lo em seu processo de pensamento e, quando reparou em Saul, era tarde demais para se esconder. Hoje não foi um bom dia para falar com Saul, que foi esperto o suficiente para saber o quanto sua decisão de participar da festa de Grandon impactou Christian. Anfey sabia que falar demais poderia significar que ele poderia, acidentalmente, mostrar como estava zangado com a decisão de Saul.
"Eu voltei", disse Saul. "Por que você não está na cama?"
"Estou vendo as estrelas", disse Anfey. "Eu acho que é excepcionalmente bonito hoje."
"Estrelas?" Saul perguntou, levantando uma sobrancelha. Ele olhou para o céu e disse devagar: "Eu não vejo as estrelas há um tempo. Você sabe do que as estrelas são feitas?"
"Hum, elementos de fogo?" Anfey não sabia se Saul sabia do que as estrelas eram realmente feitas, então inventou uma resposta.
"Elementos de fogo?" Saul perguntou, divertido.
"Estou errado?" Anfey perguntou cuidadosamente.
"Bem, de acordo com o livro de Gênesis, Deus se sentiu cansado depois de criar o mundo e precisava de um descanso, mas ele estava preocupado com o mundo. Então ele cortou seu dedo e seu sangue se transformou em estrelas. Claro, outra teoria era que Deus viu a violência e mentiras que permearam a sociedade que ele criara e chorou, suas lágrimas se transformando em estrelas ".
"Eu não acredito em deuses", disse Anfey com um encolher de ombros. "Eu não acredito nessas teorias."
"Eu vejo. Seu professor lhe ensinou isso?"
Anfey assentiu.
"Eu vejo", disse Saul com um sorriso. "Eu senti uma estranha onda mágica das estrelas há alguns anos. É claro que foi fraco e insignificante."
"É fraco porque as estrelas estão muito longe", disse Anfey. "As estrelas estão muito longe de nós. Até agora, as estrelas que vemos são apenas imagens de estrelas de milhares de anos atrás." Anfey não teve medo de contar a Saul essas coisas. Ele sabia que isso não lhe causaria mal algum. A atitude em relação a teorias científicas estranhas nesse mundo era muito receptiva. A fim de descobrir os segredos para reviver sua antiga glória, os magos deste mundo não oprimiam ninguém com idéias peculiares. Laboratórios mágicos foram feitos para estudar coisas que não tinham explicações. As pessoas religiosas queriam que o mundo inteiro acreditasse em seu deus e vivesse em paz. Os magos, por outro lado, precisavam descobrir coisas novas. Se os registros antigos fossem acreditados, seu caminho para a redescoberta da magia antiga apenas começara.
Saul sorriu e acenou com a mão. Ele formou duas cadeiras com elementos da terra e colocou dois tapetes sobre eles. "Venha", ele disse, "vamos conversar mais". Se ele não conhecesse a história de Anfey, Saul poderia ter descartado sua teoria. No entanto, Anfey deve estar falando sobre a teoria de seu professor, e isso deve ser levado mais a sério.
"Você primeiro, mestre", disse Anfey educadamente.
Saul disse e fez um gesto para que Anfey fizesse o mesmo. Anfey sentou-se em frente a ele, mantendo as costas retas. "Diga-me, Anfey", disse Saul, "por que você diz que as estrelas que vemos agora são imagens de milhares de anos atrás?"
"A luz viaja a uma certa velocidade. Podemos ver estrelas porque a luz das estrelas pode nos alcançar", disse Anfey. Ele pegou uma pedrinha e a jogou em um arbusto próximo. "Como este seixo, a luz também tem velocidade."
"Luz tem velocidade?" Saul perguntou, curioso.
"Sim. Mas a luz é muito rápida e dificilmente podemos percebê-la."
"Então você está dizendo que podemos ver as estrelas porque a luz das estrelas viajou até nós?"
Anfey assentiu.
"Então você está dizendo que a luz viaja muito rápido? Mas você também disse que leva milhares de anos para chegar até nós. Isso não é contraditório?"
"Não", disse Anfey, balançando a cabeça. "Se o universo é um oceano, então o nosso mundo é apenas uma pedrinha na praia."
"Interessante", disse Saul, coçando o queixo. Achava difícil acreditar que seu mundo fosse tão insignificante quanto uma pedrinha na praia. "Então nós vivemos em um lugar tão insignificante, hein?"
"Sim. E as estrelas não são tão tolas quanto pensamos que são. Algumas estrelas são quentes, quentes o suficiente para derreter prata secreta."
Saul olhou para as estrelas e franziu a testa. Claro, era quase inacreditável que as estrelas pudessem derreter algo tão forte. "Eu vejo o seu professor te ensinou bem. Vamos deixar este tópico para outro dia. Ele já disse a você o que compõe o mundo?"
"Este mundo?" Anfey repetiu, hesitante. Ele sabia a resposta, mas não sabia por onde começar.
Saul, vendo que Anfe Read more ...