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Koukaku No Regios - Volume 15 - Chapter 3

Capítulo 3: O Despachado

Na carta foi escrita uma sentença tão curta.

"Estou perto. Eu estarei na sua casa em breve!"

Não que ele não tivesse pensado em seu significado. Embora fosse comum não ter o endereço do remetente escrito no envelope, a localização do remetente era evidente pelo selo de Kelnes.

"O que é isso?" Sharnid disse, apertando a carta. Este nome atraiu sua atenção. Kelnes, a cidade da medicina. Sharnid estava tentando deduzir o significado mais profundo por trás disso.

Aquela pessoa veio?

Mas o que ele estava planejando?

E por que Kelnes?

A carta na mão dele havia se tornado uma bola. Sua mão doía. Este nível de dor não era nada para um Artista Militar, para não mencionar uma pessoa normal, mas agora, parecia estar enfatizando sua própria existência na dor que infligiu a ele. Sharnid saiu da sala e se dirigiu ao Complexo de Treinamento como de costume. Mas quão significativo foi esse ato? Provavelmente não muito. Mas os artistas militares começaram a treinar para sobreviver, e então a situação futura foi encerrada por uma pessoa sem rosto.

"Eu não estava pensando em me tornar um herói, mas nem mesmo eu poderia prever esse resultado."

Era assim que se sentia desamparado. Ele se odiava por não poder fazer nada. Mas ele não achou que a escolha que ele fez naquela época estivesse errada. Ele só fez o que pôde naquele lugar, avaliando com precisão sua força, e fez a resposta correta para evitar que a situação piorasse, e então ele sobreviveu. Se ele tivesse morrido, nada poderia ter sido feito. Caso contrário, no momento, ele não teria sido capaz de fazer nada, fosse sobre um objetivo ou para obter algo que desejasse. Tudo foi sem sentido na morte.

Ele ponderou enquanto andava. Quando ele chegou, percebeu que estava do lado de fora do hospital. A área aqui era diferente da área que recebia pacientes externos. Esta área era especialmente tranquila. As enfermeiras vieram e foram. Visitantes e pacientes conversavam. Mas por algum motivo, não houve ecos. A quietude parecia estar absorvendo o barulho, fazendo-o desaparecer. O ruído de fundo não foi ruído de fundo. Sharnid recusou essa quietude. Ele parou seus passos.

Assim que chegou ao andar de cima, ele chegou ao seu destino. Ele já conhecia esse lugar, mas ainda precisava checar os números dos quartos que frequentava. Vir para o hospital era parte de ser educado. Ele não precisava fazer tanto assim, mas ainda assim fez isso.

Embora ele tivesse dito algo para ela que "não pode vir", se ele não podia fazer uma coisa tão simples como visitar, então ele realmente não podia fazer nada.

Dinn estava diante dele. Seu melhor amigo com quem mais tarde ele se separou com firmeza.

"O que você quer dizer?"

Essa ameaça exagerada quebrou o silêncio.

"Shena"

A atmosfera no hospital se tornou pesada através daquela voz penetrante. O ar parecia ter ficado duro. Sharnid correu para o quarto. A porta foi aberta, e entrando na visão de Sharnid estava o rosto zangado de Dalshena e as costas de um homem parado na frente dele, além de Dinn, olhando para fora da janela, ignorando tudo ao seu redor. Por alguma razão, isso parecia uma comédia estranha. Sharnid engoliu as palavras que ele queria dizer e esperou em silêncio.

"Sharnid"

Dalshena olhou para ele.

"Uh?"

Aquele homem ouviu o barulho e se virou. Ele não era alguém de Zuellni. Ele tinha cerca de 20 anos ou mais. Por baixo de suas roupas um pouco sujas havia uma construção com músculos que Sharnid jamais conseguiria, por mais que treinasse.

O rosto do homem estava virado de lado. Ele parecia estar parecendo assim, e ele também era alguém que Sharnid conhecia. Que comédia risível.

Ele conhecia todos os três, mas eles não deveriam se encontrar aqui.

"Oi, filho."

Aquele homem cumprimentou-o.

Ele era alto e poderoso, mais alto que Sharnid por uma cabeça, e o corpo maior por uma linha de cintura. E ele possuía os traços bonitos de Sharnid, mais a solene dignidade de uma pedra que fora batizada por dias de vento e neve. Esse homem chamava-se Elrad Elipton.

"Velho, por que você está aqui?"

"Alguém não te mandou uma carta?"

"Ah, eu só peguei ontem."

"Chegamos ao mesmo tempo. Como eu disse, cartas não são confiáveis", disse Elrad com um sinal de cansaço no rosto. Ele observou Dalshena.

"Vocês se conheciam? Então é bom. Estou aqui por causa do trabalho. Mas essa menininha aqui está interferindo."

"O que?"

"Trabalho? Que trabalho?"

A primeira coisa que Sharnid pensou nessa situação inesperada foi se acalmar. Se todos reagissem através de suas emoções, eles nunca chegariam a lugar nenhum.

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